Pastoril e Auto do Boi
Dentre as inúmeras manifestações folclóricas ainda vivas e presentes em todo território brasileiro, selecionamos o Pastoril e o Auto do Boi, teatros populares que possuem diversas variantes de região para região do país.
Presépio, Lapinha, Pastorinha e Pastoril são algumas designações encontradas para um teatro do ciclo natalino, que tem como motivação central louvar o nascimento de Cristo.
Tradicionalmente de conteúdo sacro, é composto por Pastoras (meninas virgens) e personagens diversos, como Nossa Senhora, São José, Reis Magos, Estrelas e Anjos, que com muito carinho, vêm festejar um menino muito especial.
O Pastoril aqui apresentado é uma versão profana mais aproximada da que ocorre na região nordeste, especialmente no Estado de Pernambuco, e que se diferencia substancialmente da versão sacra. As Pastoras ganham em sensualidade, os velhos criam diálogos picantes cheios de comicidade e duplo sentido, e assim cresce a disputa entre os dois cordões: azul e encarnado.
Já o teatro do Boi ocorre tanto no ciclo natalino quanto no junino ou mesmo no carnavalesco, como o Pastoril, se aclimatará a diferentes etnias, mudando personagens, sequência de representação, melodias e instrumental. O tema central é o relato da estória do Boi, que adoece ou morre e que, com a ajuda do médico, do pajé ou de feiticeiras, consegue a cura – ou ressuscita!
Na versão aqui apresentada unimos, intencionalmente, personagens e melodias deste folguedo tanto da região nordestina quanto da sulista.
Para abrilhantar nosso espetáculo, associamos essas duas manifestações de teatro popular que são de grande significado nacional.
É rica a variedade de temas, enredos, canções e danças que compõem o acervo da cultura popular do Brasil.
Nós, da Companhia Folclórica do Rio-UFRJ, nos sentimos orgulhosos de mostrar através deste espetáculo os frutos de nossa pesquisa e a nossa vontade de divulgar sempre esse imenso universo folclórico brasileiro.
“A identidade de um povo está em sua cultura, conhecê-la faz parte de nossa evolução.”
Eleonora Gabriel